quarta-feira, 24 de março de 2010

Foi só por curiosidade...

Era uma vez... um rapaz normal, divertido e parvo como tantos outros e uma rapariga simpática, divertida, com uma alegria contagiante e dona de um sorriso cativante. Tinham amigos em comum, mas nunca tinham falado nada demais. Ele estava resignado à sua rotina e ela magoada com uma relação anterior. A dada altura começaram a falar e descobriram um interesse que nenhum supôs existir. Começaram a falar esporadicamente, depois dia sim dia não, depois todos os dias. Falavam sobre tudo e tudo era motivo de conversa. "Tenho medo de cães grandes", dizia ela. "Eu protejo-te", respondia ele ingenuamente. As conversas continuavam, evoluíam e seguiram-se os cinemas, os lanches... Momentos que saíam fora de qualquer rotina, em que os seus olhares entrelaçavam-se ternamente ao ritmo de doces sorrisos. O rapaz normal começava a sentir-se especial... Cada vez mais próximos, certo dia entre amigos algo aconteceu. Como se se fizesse luz, e por algum motivo disseram um ao outro de forma discreta aquilo que já sabiam há mais tempo. "Adoro-te", disseram ambos. Dias, mais tarde, ele resolveu avançar. Não tinha mais medo de se entregar e dedicar a uma pessoa. Fosse isso o que fosse! E não podia mais ficar naquela indecisão. Certa noite depois de um café ele não se conteve mais. De forma tímida e atrapalhada disse o que lhe ia no seu coração. Os seus lábios encontraram-se num momento, que não mais ele esqueceu. O sabor dos lábios dela ficou-lhe gravado nos lábios como promessa de outros tantos mais... Ela estava magoada ainda, não estava preparada para assumir uma relação séria. Ele compreendeu, e decidiu esperar que ela resolvesse as coisas na sua cabeça, pois no coração tudo parecia resolvido. Ele fazia tudo por ela! Flores à porta do trabalho, bilhetes no bolso dela... tudo isto para lhe demonstrar o quanto ela era importante para ele! Algo nela, começava a ficar mais claro... Iam falando todos os dias, como namorados, estavam juntos, trocavam carinhos, sentimentos... Cada vez mais próximos, o sentimento maior! Certa noite, depois de mais uma vez terem estado juntos, ela percebeu finalmente! "Ele é importante! Fez-me acreditar novamente, já não tenho medo de o magoar!", pensou ela. "Agora fazes parte da minha vida, parte de mim! Bem-vindo à aventura que é viver comigo!" Ele sentia-se nas núvens, aquilo porque esperou e lutou materializava-se duma forma tão rápida e inesperada que ele pensava estar a sonhar... E talvez estivesse... As certezas dela duraram uma semana. Os amigos (os próximos e os conhecidos), as saídas, noitadas, cafés, e tudo o mais era mais importante. Muita coisa se metia entre eles e ela não teve a coragem de resolver as coisas com ele. Preferiu pensar sozinha, guardar as coisas para si e varrer os problemas para debaixo do tapete. Ela não teve noção do compromisso que assumiu. Não arranjava tempo para ele, e isso deixava-o triste. Não compreendia. O que ele esperava aconteceu. Tudo acabou. De uma forma inesperada, assim como começou. Nem uma conversa na cara, apenas umas mensagens para despachar o pobre infeliz que lhe devolveu o sorriso, que ameaçava furar a bolha de sabão em que ela vivia. Tudo isto por um dilema absolutamente estúpido e infantil. "Sou um espírito livre!", dizia ela sem saber o verdadeiro significado de tal coisa. Os seus receios, medo de arriscar, de viver deitaram tudo a perder. Era mais fácil assim. Não se luta. Não se sente. Não dói. Não se vive! Isto não é liberdade... Irónico não é? Agora os papéis inverteram-se. Ela vai voltar à sua rotina de pseudo liberdade. Vai passando pela vida sem a viver, como se estivesse numa bolha de sabão que vai flutuando no ar até encontrar algo onde fica. Quando esse algo começa a ficar importante e vai furar a sua bolha, ela vira as costas e foge... Afinal, é um "espírito livre" não é? E ele? Ele agora voltou a ser o rapaz normal só que sem o sorriso de outrora. Deixou de se sentir especial. E não tem mais que um sorriso forçado para oferecer...

Este é um texto completamente diferente de todos os outros. Este "filme" é da vida real, com actores de carne e osso e realizado por pessoas normais que um dia se julgaram especiais. Este "filme" caracteriza-se por não ter um final específico e um valor diferente para cada protagonista. Ficará assim. Por terminar, votado ao esquecimento... Talvez um dia, um dos protagonistas volte a pegar nele. Talvez um dia um "espírito livre" possa ser uma pessoa sem medo de viver. Talvez...




P.S. "I know you stole the sun, But I hope you came to show"

quarta-feira, 17 de março de 2010

Acontece mesmo!

Em 2003 chegava-nos pela mão de Richard Curtis uma comédia/romance/drama que dava pelo sugestivo título "O Amor Acontece". Mas afinal, o que tem este filme de tão especial que me faça dedicar-lhe um post e que me faça voltar aqui depois de tempo suficiente para já não me lembrar há quanto tempo cá estive pela última vez. Simplesmente, o título e a sua veracidade. O facto de me ter apercebido que afinal o amor acontece mesmo...

Tenho de referir também que o filme para além do seu sugestivo título, tem também qualidade. Afinal de contas, reúne um elenco com muitos dos actores que estamos habituados a ver neste tipo de filme como Hugh Grant ou Colin Firth ou outros igualmente conhecidos como Bill Nighy, Keira Knightley, Liam Neeson, Alan Rickman, entre outros. No elenco há ainda a curiosidade de encontrarmos o actor brasileiro Rodrigo Santoro e a actriz/cantora portuguesa Lúcia Moniz, cuja personagem acaba por motivar uma passagem pelo nosso país com direito a peripécias muito... portuguesas...

Em O Amor Acontece são contadas várias histórias. O primeiro ministro charmoso que se apaixona pela secretária, o marido que coloca o casamento em risco por uma relação extra-conjugal, o viúvo que tenta explicar o que é o amor ao seu filho e outras histórias que exploram o amor, de vários ângulos e idades. Tudo isto decorre durante o Natal, época que apela ao amor entre as pessoas... Estarei certo?!?!

Concluindo, e receando que já seja amor a mais neste texto, fica um trailer do filme.